O tempo é um químico invisível, que dissolve, compõe, extrai e transforma todas as substâncias morais, acabou por matar no coração do viúvo, não a lembrança da mulher, mas a dor de a haver perdido.
- Machado de Assis
Impermanência, ironia ou ambos
Sim, o leitor mais familiarizado com Machado verá nessa frase mais uma ironia. Mas lemos aqui também uma exposição nítida da dinâmica da impermanência, como seu fluxo se dá naquele que nela mergulha. Podemos sofrer com a natural ação do tempo, com o que se deteriora e com o que vai, se solta, mas penamos mais se imaginamos poder atenuar a impermanência. A dor da perda também vai se transmutar.
Ângela Andrade
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